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domingo, 22 de novembro de 2009

Consciência Hip-Hop

Por André Tupinambá


Qual a primeira coisa que nos vêm à cabeça quando pensamos em consciência? Segundo o dicionário trata-se de: Faculdade da razão julgar os próprios atos, sinceridade, probidade, honradez, opinião, cuidado, atenção, esmero. E quando pensamos em Hip-Hop? Música, rimas, beats, periferia,etc.

Pois é levando ao pé da letra essas definições que o Festival Consciência Hip-Hop, realizado em Cuiabá-MT, está chegando a sua 5ª edição e se consolida como o maior festival do segmento na Região Centro-Oeste. Uma das novidades este ano é que o festival deixa a região central da cidade e voltará a atuar diretamente nas regiões periféricas de Cuiabá, no recém construído Centro Esportivo e Cultural da

CUFA (CECC), situado no bairro São João Del Rey, uma das áreas de menor IDH da capital mato-grossense. O CECC atinge ainda outros cinco bairros adjacentes, todos historicamente alijados do processo de desenvolvimento econômico, político, social e cultural cuiabano. O evento será realizado entre os dias 5 e 6 de Dezembro e serão dois dias de intensas atividades que vão desde oficinas, seminários, intervenções culturais, e é claro, os shows de Rap.

Os seminários oferecerão debates muito enriquecedores, principalmente no que tange a organização do movimento hip-hop. Artistas e produtores de 8 estados e de vários municípios do interior estarão em Cuiabá para trocarem idéias sobre o que tem sido feito na cena hip-hop em todos cantos do Brasil. Imperdível para quem também estiver se articulando para crescer o movimento. “Comunicação no Hip-Hop”, “Circulação na cadeia produtiva do Hip-Hop” e “Sustentabilidade no Hip-Hop” serão os temas discutidos nos debates. Além dos debates esses seminários têm a intenção de promover a interação entre as pessoas que estão trabalhando pelo movimento hip-hop, provocando conversas informais sobre outras questões além das debatidas, pois o importante é que o movimento esteja cada vez mais unido e focado.

Haverá também a inserção de novas frentes de trabalha da CUFA na produção, sendo o Projeto Pixaim o de maior visibilidade, e que proporcionará oficinas de tranças afro, customização de roupas, além de fornecer estes serviços durante o evento.

Acontecerão também as tradicionais intervenções de graffiti, contando com grafiteiros consagrados em outros estados, que grafitarão painéis pela cidade, e realizarão oficinas com quem estiver interessado.

A programação conta ainda com oficina de Dj, com os Dj’s Gio (MS) e Magão. Teremos também duas batalhas estaduais, de Break e de MC, com jurados de outros estados.


Ataque Beliz vencedor do RPB Festival se apresenta pela 1ª vez em Cuiabá


Para fechar a programação ainda terão apresentações e disputas de basquete de rua na quadra do Centro Esportivo e Cultural da CUFA, que conta com toda a estrutura necessária para a realização de eventos esportivos e culturais, como quadra de esportes, arquibancada, banheiros com chuveiros e vestiário, bebedouros, auditório e salas climatizadas para reuniões, cursos e oficinas.

Para saber mais detalhes sobre a programação cultural, acesse o blog do festival.

Isso sem falar da programação de shows, que conta com 18 grupos de rap de todo o pais, dentre eles estão Ataque Beliz, vencedor do RPB Festival 2008, Arcanjos Ras (SP), Erick Flow Man (GO), Fungos Funk (SP), e Caracará na Viagem (RN). Confira abaixo a programação de shows.


05/12 - Sábado

19:00h - MANO CARECA (MT)
19:25h - ATOS 29 (MT)
19:50h - WESLEY DUGUETO (MT)
20:15h - FASE TERMINAL (MS)
20:50h - 288 FDK (MT)
21:15h - FUNGOS FUNK (SP)
21:50h - EKO (GO)
22:25h - ATAQUE BELIZ (DF)


06/12 – Domingo

18:30h – CONTROVERSIA (MT)
18:55h – ALTOS E MAIXOS (MT)
19:20h – DEMOSNTRO (MT)
19:45h – ERICK FLOW MAN (GO)
20:20h – CARCARA NA VIAGEM (RN)
20:55h – ARCANJO (SP)
21:30h – FREE MIND (MT)
21:45h - LINHA DURA (MT)

O Consciência Hip Hop é hoje o topo da cadeia produtiva do Hip Hop no Mato Grosso, e esse festival ter sido levado para uma área periférica da cidade é uma iniciativa muito bonita, que dá oportunidade a pessoas em situação de risco social de conhecerem mais sobre sua própria cultura, principalmente no que diz respeito à sua própria articulação e desenvolvimento. Isso sem falar na geração de emprego e renda, e nas possibilidades e perspectivas que cada indivíduo poderá criar ao vislumbrar o que o festival oferece. De fato ao pé da letra podemos chamar isso tudo de Consciência Hip Hop.