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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Fórum da Cultura Digital Brasileira

Por Loris

Está acontecendo desde ontem dia 18/11 na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, o Seminário Internacional do Fórum da Cultura Digital Brasileira, que tem como intuito consolidar os debates e propostas produzidos até o momento sobre as novas tecnologias digitais.

O Fórum é um processo permanente de discussão sobre os impactos das novas tecnologias na transformação da cultura e da democracia no país, reunindo agentes governamentais e da sociedade civil em uma rede social pública e livre. De forma horizontalizada, os participantes apontam diretrizes para formulação de políticas públicas de cultura digital. A iniciativa pioneira, resultado de uma aliança entre o Ministério da Cultura, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e a sociedade civil organizada, destaca-se por usar as novas tecnologias para ampliar a participação da sociedade na construção de políticas públicas democráticas, valorizando os processos complexos do mundo contemporâneo.

Os seminários são gratuitos e além de debates em torno dos cinco eixos de discussão do Fórum: memória, comunicação, arte, infraestrutura e economia, acontecerão intervenções artísticas, ações auto-gestionadas, shows, apresentações culturais e plenárias com o objetivo de deliberar propostas em cada eixo a serem entregues ao Ministro da Cultura, Juca Ferreira, na cerimônia de encerramento.

No primeiro dia, rolou o Seminário de Infraestrutura que contou com palestrantes como José Luiz Ribeiro Filho (Diretor de Serviços e Soluções da RNP), Sérgio Amadeu da Silveira (Sociólogo e professor da Faculdade Casper Libero), Franklin Coelho (Universidade Federal Fluminense e Projeto Piraí Digital), Antônio Carlos dos Santos Silva, o TC (Casa de Cultura Tainã) e Gabriel Laender (Coord. Técnico do Seminário ‘Alternativas para a Banda Larga – SAE/PR) e como moderador, contou com a presença de Diogo Moyses (Curador do eixo infraestrutura do Fórum da Cultura Digital Brasileira).

Confira abaixo a programação dos debates nos próximos dias.

Quinta-feira - 19/11

9h/12h
Plenária de Comunicação – Sala Petrobrás

Seminário de Memória – Sala BNDES
Palestrantes:
. Angela Bettencourt (Fundação Biblioteca Nacional)

. Pedro Puntoni ou Edson Gomi (Brasiliana – projeto de acervo digital da USP)
. Dalton Martins (Coordenador de tecnologia social do Laboratório de Inclusão Digital e Educação Comunitária Weblab)
. Geber Ramalho (Games, interfaces e acervos – UFPE)
. Jomar Silva (Padrões e protocolos – ODF Alliance)
Moderador: José Murilo Jr. (Gerente de Cultura Digital do Ministério da Cultura)

Ações auto gestionadas – tendas do hall

13h/14h
Intervenção artística – tendas do hall

14h/17h
Plenária de Economia da Cultura Digital – Sala Petrobrás

Seminário de Arte – Sala BNDES

Palestrantes:
. Patrícia Canetti (Artista digital, criadora do Canal Contemporâneo)
.
Giselle Beiguelman (PUC-SP e Diretora Artística do Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia)
. Pau Alsina (pesquisador da Universidade Aberta da Catalunha e do IN3, na Espanha)

. Laymert Garcia dos Santos (Sociólogo da UNICAMP)
.
André Vallias (Poeta e produtor de mídia interativa)
Moderador: Cicero Inácio da Silva (curador de arte digital do Fórum da Cultura Digital Brasileira)

Ações auto gestionadas – tendas do hall

a partir das 18h
Ação musical/ cinema – lona de circo externa

Sexta-feira - 20/11

9h/17h
Credenciamento/ inscrição

9h/12h
Plenária de Infraestrutura – Sala Petrobrás

Seminário de Comunicação – Sala BNDES
Palestrantes:
. Jean Burgess (pesquisadora da Universidade de Queensland, na Austrália, e co-autora do livro “Youtube a Revolução Digital)

.
Ivana Bentes (professora da UFRJ)


.
Alex Primo (professor da UFRGS)
.
Anápuaká Muniz (Web Brasil Indígena)
.
Jamie King (produtor de ‘Steal This Film’ e criador da vodo.net)
Moderador:
André Deak (curador do eixo comunicação do Fórum da Cultura Digital Brasileira)

Ações auto gestionadas – tendas do hall

13h/14h
Intervenção artística – tendas do hall

14h/17h
Plenária de Arte – Sala Petrobrás

Seminário de Economia da Cultura Digital – Sala BNDES
Palestrantes:
. Daniel Granados (Producciones Doradas)
. Pablo Capilé (Circuito Fora do Eixo)

.
Ladislaw Dowbor (Economista e professor da PUC-SP)
.
Ronaldo Lemos (Professor de direito da FGV-Rio)
. Juliana Nolasco (Coordenação de Economia da Cultura – MinC)
Moderador:
Oona Castro (curadora do eixo economia do Fórum da Cultura Digital Brasileira)

Ações auto gestionadas – tendas do hall

a partir das 21h
Ação musical – lona de circo externa

Sábado - 21/11

9h/17h
Credenciamento/ inscrição

9h/12h
Transmissão da sala BNDES na Sala Petrobrás

Contexto Internacional da Cultura Digital – Sala BNDES
Palestrantes:
.
Raquel Rennó (pesquisadora de arte digital e integrante da Associaçao Cultural de Projetos em Cultura Digital ZZZinc, de Barcelona e do International Center for Info Ethics, da Alemanha)
. David Sasaki (diretor do Rising Voices)
. Ivo Corrêa (Responsável pelas políticas públicas e governamentais da Google Brasil)
. Alfredo Manevy (Secretário executivo do Ministério da Cultura)
. Amelia Andersdotter (membro do Partido Pirata Sueco)
Moderador: Álvaro Malaguti (gerente de projetos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa- RNP)

Transmissão da sala BNDES nas tendas do hall

12h/14h
Encerramento

14h/17h
Cerimônia de encerramento – Sala BNDES
Entrega do resultado do trabalho realizado ao Ministro da Cultura, Juca Ferreira
Atividades culturais – lona de circo externa

Retomada indica: Cinema Comentado + Cine Sesc

Cinema Comentado
Neste sábado, dia 21/11, o Cinema Comentado Cineclube prossegue nas discussões sobre o cinema francês exibindo QUEM MATOU LEDA? (1959). O negociante Henri Marcoux tem um caso amoroso com uma bela e jovem vizinha, bem debaixo do nariz da sua esposa Thérèse. A linda filha de Henri, ao conhecer um húngaro fica apaixonada, enquanto o filho voyeur começa a ter liberdades com a amante do pai. Com o amadurecimento das paixões na família, deslumbra-se uma tragédia.
QUEM MATOU LEDA? é o terceiro filme de Claude Chabrol (um dos fundadores da nouvelle vague) e sua estréia no thriller psicológico, inspirando-se no ídolo Alfred Hitchcock. O cineasta aborda um caso criminal com implicações sociais, que leva ao melhor suspense ressaltando, além da intriga, o ambiente em que vivem os personagens – uma classe social que esconde a sua verdadeira face no luxo que pode comprar.
Usando com perícia os flashbacks e vinhetas, Chabrol cria um pertubador enredo de infidelidade, obsessão e assassinato num vinhedo em Provença. Considerado o “mestre do mistério” francês, o diretor constrói uma obra equilibrada entre as perspectivas artística e comercial. Para Luiz Carlos Merten, “a burguesia provinciana, segundo Chabrol, não é apenas mesquinha ou medíocre. Ela abriga monstros cuja verdadeira natureza tende a ficar escondida e até impune, mas cujo instinto primitivo e destruidor sempre termina por aparecer”.
O Cinema Comentado Cineclube acontece todo sábado, a partir das 19h, na sala 44 do Sesc – Rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). A entrada é gratuita e há sempre um bate-papo após as exibições.

CineSesc
No domingo, 22/11, o CineSesc apresenta VIOLÊNCIA URBANA (1998/2005), seleção de curtas brasileiros que abordam a violência cotidiana e transportam para a ficção as ocorrências policiais dos grandes centros urbanos do país. Dois atiradores de elite se posicionam no terraço de um prédio em São Paulo, aguardando a ordem para executar um seqüestrador. Enquanto esperam o momento de agir, conversas sobre comida e amenidades cotidianas povoam os diálogos de O TRABALHO DOS HOMENS (1998), de Fernando Bonassi. O curta carioca ROTA DE COLISÃO (1999) trata do roubo de pedras preciosas, a partir do envolvimento de três personagens: um operário em sua hora de folga, um garoto e um ladrão em fuga. Com uma dramaturgia ultra-realista, o diretor Roberval Duarte não usa diálogos e brinca com as muitas variáveis para a solução da história.
Inspirado em conto de Marçal Aquino, BALAIO (2004) apresenta um tenso encontro no bar, que envolve matadores, bandidos e policiais. A ambientação lembra os filmes de faroeste, só que a terra-sem-lei dessa fita é o subúrbio paulistano, em pleno século 21. Uma locução radiofônica abre a narrativa de O CÃO SEDENTO (2005), sobre um assassino em série, que rouba e mata sem deixar vestígios. O diretor trabalha com elementos de suspense, revelando apenas ao espectador os subterfúgios do criminoso, enquanto a polícia e os outros personagens continuam em busca de respostas.
Um exercício de montagem interliga os acontecimentos paralelos de BALA PERDIDA (2004), cuja intersecção mais marcante se dá com a presença sonora de estampidos de tiros e de uma buzina de carro. A ação mostra a tranqüilidade numa praça carioca interrompida por disparos capazes de atingir alvos inocentes. Sexo, drogas, rock’n roll e carros em velocidade preenchem o universo adolescente de BASEADO EM FATOS REAIS (2001), curta matogrossense que fecha este painel sobre a violência urbana. A fita recorre a clichês das tramas policiais para contar a história de três rapazes de classe média, cujas vidas são alteradas depois de uma noite de excessos.
O CineSesc acontece em parceria com o Cinema Comentado Cineclube e a Programadora Brasil, apresentando sessões todos os domingos, no Salão de Convenções do Sesc-Pousada Montes Claros, a partir das 19h (novo horário). O endereço do Salão é Rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). As sessões são gratuitas, abertas a todos os interessados, e depois acontece um bate-papo com a platéia sobre o filme apresentado.