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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

GRITO ROCK MONTES CLAROS 2010


Por Lorena Bastos


Já está chegando o dia de começar o Grito Rock Montes Claros, que este ano vai contar com a participação de 14 bandas em 3 dias de festival.

O trabalho colaborativo se mostrou ser a saída para que o mercado independente deslanchasse. E esse crescimento fica explícito nas produções dessa rede, tais como o Congresso Fora do Eixo, O Observatório Fora do Eixo e um dos maiores eventos que acontece no Brasil - o Festival Integrado Grito Rock. E este ano o crescimento continua - em 2009 cruzamos a linha de 50 cidades e em 2010 o festival acontece em mais de 70 cidades, mantendo assim o título de maior Festival Integrado da América Latina, já que além dessas, mais quatro cidades fora dos limites tupiniquins realizam o Grito - Buenos Aires (Argentina), Córdoba (Argentina), Montevidéo (Uruguai) e Santa Cruz de La Sierra (Bolívia).

O festival, que expressa muito bem a prática de trabalho em rede proposta pelo Fora do Eixo, cada vez mais se firma como uma ação multiplicadora, conectando agentes culturais de todas as regiões do Brasil e intensificando o elo com os vizinhos hispano-americanos.
Em Montes Claros o Grito Rock será realizado nos dias 05, 06 e 07 de Fevereiro e contará com 14 ótimos shows, divididos nos três dias que acontecerão na Av. Dulce Sarmento, 233 – Bairro São José , a partir das 19 horas e custarão R$5 por dia. Quem for poderá conferir Soprones (Montes Claros – MG), Lupe de Lupe (Belo Horizonte – MG), Sofia (Montes Claros – MG), Os Patto (Uberaba – MG), Gritare (Montes Claros – MG), Veniversum (Cuiabá – MT), Umeazero (Montes Claros – MG), Candeias Rock City (Jaboatão - PE), AT4 (Montes Claros – MG), Umnavio (Uberlândia – MG), Você me Excita (Salvador – BA), Johnny Rock (Montes Claros – MG), Ladrões de Vinil (Vitória da Conquista – BA) e Radiotape (Belo Horizonte – MG). Do rock ao reggae, do punk ao hardrock, o Grito Rock Montes Claros, vem revelando toda a diversidade musical que é produzida no âmbito da independência.

E neste ano o Grito Rock Montes Claros terá também um workshop “Timbragem e Equalização de Guitarra”, ministrada por Gabriel Arcanjo (Meikilo) que irá acontecer nesta sexta (05/02) a partir das 17 horas, na Tocata Instrumentos Musicais.

O Grito Rock Montes Claros é realizado pelo coletivo Retomada e Circuito Fora do Eixo e conta com parceiros como o Studio Rock, Master Cabo, Abrafin, Toque no Brasil e com o apoio da Tocata Instrumentos Musicais e W&W Vídeo Produções.

Para mais informações sobre o Grito Rock Montes Claros, basta entrar em contato através do e-mail coletivoretomada@gmail.com.

Bandas do Grito Rock Montes Claros 2010: Radiotape



A banda da vez é a belorizontina Radiotape. Com um som de melodia e feeling eles esbanjam musicalidade e já está mais do que na hora de Montes Claros conhecer esse grande nome da música independente mineira.

O som conciso da banda, a levada ora pop, ora indie, o posicionamento da banda em relação ao cenário independente, ao desafio de encarar a música com um profissionalismo peculiar já chama atenção antes mesmo das cortinas se abrirem. Um ponto a mais para o pessoal da capital mineira.

E, como não poderia deixar de ser, aí vai a conversa que tivemos com Badaró, guitarrista e vocalista da Radiotape:


Retomada: Para começar, vocês tocarão em dois Gritos, o de BH e de Montes Claros. Como está a expectativa dessas apresentações e dos Gritos em geral?

Badaró: Está grande, né? Tocar em festivais é sempre muito especial para uma banda, não só pela apresentação, mas também pela interação que rola com outras bandas e pessoas do meio. Sempre conhecendo gente, amadurecendo em cada nova experiência e somando na vida. Fazendo fazer sentido a frase "viver o rock".


R.: Por falar em "viver o rock", como vocês estão vendo a cena independente aí de BH, as relações suas com essa cena, com o Pegada e com os outros artistas de BH?

B.: Estamos sempre ligados. Sempre conhecendo bandas novas, participando dos eventos e o Pegada é o braço direito que toda banda independente de BH pode usufruir.

Um coletivo dentro da cidade faz movimentar a cena, faz acontecer eventos que não aconteceriam sem o trabalho deles. Com certeza teriam shows e eventos, mas não com toda essa organização. Penso na união das bandas, discussão sobre idéias, crescimento pessoal mesmo...

O coletivo é esse facilitador e sempre que precisamos nos apoiaram. BH já tem uma cena forte, mas não é nada perto do que pode chegar a ser. Pegada deixa isso bem claro e sempre convoca mais e mais pessoas para fazerem parte dessa família. Inclusive já rola uma boa discussão no grupo Uairock, onde músicos e outras pessoas envolvidas no meio discutem assuntos gerais relacionados a musica. E o bacana que é livre. Assim como qualquer um pode participar do grupo de discussão do Pegada mesmo. Quando pararem de falar a palavra "panelinha" e começarem a correr atrás, as bandas vão perceber que não tem panela, existe sim uma união daqueles que acreditam em um mesmo ideal. E quem quiser participar, é só entrar em contato que, com certeza, serão bem recebidos pelo coletivo. Conheço todos do coletivo e garanto que darão toda atenção para os interessados!


R.: Isso é bacana frisar, o de o pessoal mudar essa imagem de "panela". Mudando de assunto, agora para a Radiotape, Ouvindo o som de vocês, duas coisas são facilmente perceptíveis, a melodia bem elaborada e o sentimento que vocês imprimem na música. Como vocês definem (apesar de ser quase impossível definir o som de qualquer banda que seja) o som da Radiotape?

B.: Valorizamos muito a melodia mesmo. Acho que ela tem o poder de mexer com as pessoas muito mais que qualquer outra coisa. Sobre o nosso som, tem gente que entende como power pop, pop rock, outras já acham que é indie, tem gente que acha brega (risos)...

Mas gostamos de deixar claro que estamos abertos a qualquer mudança, ficar preso hoje em um estilo é complicado. Escutamos muita coisa em diferentes estilos e de repente podemos mudar o som. Todas as pessoas envolvidas com músicas recebem milhares de influências diferentes todo o tempo, ainda mais se estiver ligado com a evolução da internet. Tem som novo pra ouvir todo o tempo. Então gosto de definir como rock mesmo, pois não envolve só o estilo musical e sim o estilo de vida.

Rock vai alem de fazer uma musica no padrão "rock 'n roll". Acho que fazer rock é ter atitude, é correr atrás, é dar a cara pra bater, é mostrar que está ali com certeza absoluta do que quer e que vai fazer acontecer sempre que a oportunidade aparecer, e se não aparecer, criamos a oportunidade. Queremos estar ligados sempre ao que amamos de verdade. A música.


R.: Tá aí uma postura que mais bandas deveriam tomar. A última coisa, que é padrão, é convidar o público de Montes Claros a vir ouvir a Radiotape.

B.: Espero ter o prazer de conhecer mais pessoas legais, como sempre acontece nesse tipo de evento. Estamos ansiosos pra tocar pela primeira vez em Montes Claros. A expectativa tá boa e as mãos preparadas pra "sangrar" no palco.

Quanto mais as pessoas se ligarem no que está acontecendo no meio independente, mais forma vai tomar a idéia e mais bacana serão as "festas". Então convoco a todos para aparecem com a certeza de que não vão se arrepender. Afinal quem faz o show não é só a banda, mas também o público. Unindo essas duas peças, faremos um espetáculo muito bacana! Um evento com tantas bandas legais e tanta gente disposta a fazer um grande evento não pode passar despercebido.

Agradecemos pela oportunidade de fazer um som com vocês e para vocês!

“Tamo” junto!!!


É isso aí, uma grande banda para um grande festival. Esperamos ansiosos a chegada e a apresentação da Radiotape por essas terras norte-mineiras.

Bandas do Grito Rock Montes Claros 2010: Gr!tare



Começa aqui as apresentações das bandas participantes do Grito Rock Montes Claros 2010. Começamos com uma da terra, a montesclarense Gr!tare.

A Gr!tare, sim com uma exclamação no lugar do “i”, é formada por Robson na bateria, Dayan no baixo, e os Thiagos, Veloso e Fonseolli, nas guitarras, sendo o último também vocalista.

A banda, já reconhecida no cenário montesclarense e mineiro, faz um som de qualidade, remetendo ao pós-grunge, com letras intensas e poéticas fortemente influenciadas por escritores como Ernest Hemingway, Nietzsche e Rubem Braga.

Conversamos com o guitarrista e vocalista, Thiago Fonseolli, sobre o Grito Rock 2010 e sobre outras coisas pertinentes ao pessoal. Segue aí a conversa:


Retomada: Como estão as preparações da Gr!tare para a apresentação no Grito Rock Montes Claros 2010?

Thiago: Nós estamos empolgados! Já tem um tempinho que a gente não sobe num palco pra tocar. A ansiedade se mistura na vontade de fazer um bom show.

Por isso a gente vem ensaiando com o pensamento voltado pro show.

R.: Vocês já tocaram em outros Gritos ano passado, como foi essa primeira impressão? Ela influenciou na decisão de se inscrever novamente?

TF.: Com certeza! A impressão foi muito boa.

O contato com outras bandas, outras pessoas, a possibilidade de trocar idéias sobre o cenário com bandas mais articuladas que conseguem se estabelecer de forma independente... Tudo isso foi possibilitado no primeiro grito que participamos e, ainda mais, interessa à GR!TARE.

Portanto, não apenas achamos importante participar desse evento, mas é preciso também acreditar que além de possível, ele é necessário.


R.: Isso é verdade. Por falar nisso, como você está vendo a articulação da nossa cena com a cena independente nacional?

TF.: Bacana ter tocado nesse assunto, é importante falar dessas coisas, é importante que nós tenhamos o discurso afiado em diversos níveis e que a gente se proponha a conversar mesmo.

Eu penso que Montes Claros, em contraponto ao que era há alguns anos, está fazendo parte de tendências nacionais. Penso que o dialogo com outras instituições/iniciativas, tem acontecido em um nível interessante.

Montes Claros tem se posicionado de maneira igual ou superior, em alguns casos, no que diz respeito ao cenário independente. Em suma, Montes Claros tem conseguido pensar de maneira nacional e não somente regional.

Em minha opinião, nós temos iniciativas independentes bem vistas nos cenários estadual e nacional. O Retomada, a Associação, e outras iniciativas tem conseguido mediar o diálogo entre bandas e produtores/movimentadores culturais no país.


R.: Voltando a Gr!tare, além da preparação para o Grito, o que mais a banda está fazendo?

TF.: Nós estamos conversando bastante sobre os rumos que a banda tem tomado, e isso envolve gravações, que foram iniciadas e estão andando, divulgação da banda, dentre muitas outras coisas.

Como estamos no inicio do ano, ainda estamos planejando as coisas para 2010.


R.: Por último, o que não pode faltar. O recado em nome da banda para a galera ir curtir o som de vocês no Grito.

TF.: Esperamos por um bom público lá no Grito Rock! E que todos possam berrar conosco e com as bandas que estarão aqui nesse ano. Nos vemos no grito!


Fonseolli disse tudo. Nos vemos no Grito!