A banda da vez é a belorizontina Radiotape. Com um som de melodia e feeling eles esbanjam musicalidade e já está mais do que na hora de Montes Claros conhecer esse grande nome da música independente mineira.
O som conciso da banda, a levada ora pop, ora indie, o posicionamento da banda em relação ao cenário independente, ao desafio de encarar a música com um profissionalismo peculiar já chama atenção antes mesmo das cortinas se abrirem. Um ponto a mais para o pessoal da capital mineira.
E, como não poderia deixar de ser, aí vai a conversa que tivemos com Badaró, guitarrista e vocalista da Radiotape:
Retomada: Para começar, vocês tocarão em dois Gritos, o de BH e de Montes Claros. Como está a expectativa dessas apresentações e dos Gritos em geral?
Badaró: Está grande, né? Tocar em festivais é sempre muito especial para uma banda, não só pela apresentação, mas também pela interação que rola com outras bandas e pessoas do meio. Sempre conhecendo gente, amadurecendo em cada nova experiência e somando na vida. Fazendo fazer sentido a frase "viver o rock".
R.: Por falar em "viver o rock", como vocês estão vendo a cena independente aí de BH, as relações suas com essa cena, com o Pegada e com os outros artistas de BH?
B.: Estamos sempre ligados. Sempre conhecendo bandas novas, participando dos eventos e o Pegada é o braço direito que toda banda independente de BH pode usufruir.
Um coletivo dentro da cidade faz movimentar a cena, faz acontecer eventos que não aconteceriam sem o trabalho deles. Com certeza teriam shows e eventos, mas não com toda essa organização. Penso na união das bandas, discussão sobre idéias, crescimento pessoal mesmo...
O coletivo é esse facilitador e sempre que precisamos nos apoiaram. BH já tem uma cena forte, mas não é nada perto do que pode chegar a ser. Pegada deixa isso bem claro e sempre convoca mais e mais pessoas para fazerem parte dessa família. Inclusive já rola uma boa discussão no grupo Uairock, onde músicos e outras pessoas envolvidas no meio discutem assuntos gerais relacionados a musica. E o bacana que é livre. Assim como qualquer um pode participar do grupo de discussão do Pegada mesmo. Quando pararem de falar a palavra "panelinha" e começarem a correr atrás, as bandas vão perceber que não tem panela, existe sim uma união daqueles que acreditam em um mesmo ideal. E quem quiser participar, é só entrar em contato que, com certeza, serão bem recebidos pelo coletivo. Conheço todos do coletivo e garanto que darão toda atenção para os interessados!
R.: Isso é bacana frisar, o de o pessoal mudar essa imagem de "panela". Mudando de assunto, agora para a Radiotape, Ouvindo o som de vocês, duas coisas são facilmente perceptíveis, a melodia bem elaborada e o sentimento que vocês imprimem na música. Como vocês definem (apesar de ser quase impossível definir o som de qualquer banda que seja) o som da Radiotape?
B.: Valorizamos muito a melodia mesmo. Acho que ela tem o poder de mexer com as pessoas muito mais que qualquer outra coisa. Sobre o nosso som, tem gente que entende como power pop, pop rock, outras já acham que é indie, tem gente que acha brega (risos)...
Mas gostamos de deixar claro que estamos abertos a qualquer mudança, ficar preso hoje em um estilo é complicado. Escutamos muita coisa em diferentes estilos e de repente podemos mudar o som. Todas as pessoas envolvidas com músicas recebem milhares de influências diferentes todo o tempo, ainda mais se estiver ligado com a evolução da internet. Tem som novo pra ouvir todo o tempo. Então gosto de definir como rock mesmo, pois não envolve só o estilo musical e sim o estilo de vida.
Rock vai alem de fazer uma musica no padrão "rock 'n roll". Acho que fazer rock é ter atitude, é correr atrás, é dar a cara pra bater, é mostrar que está ali com certeza absoluta do que quer e que vai fazer acontecer sempre que a oportunidade aparecer, e se não aparecer, criamos a oportunidade. Queremos estar ligados sempre ao que amamos de verdade. A música.
R.: Tá aí uma postura que mais bandas deveriam tomar. A última coisa, que é padrão, é convidar o público de Montes Claros a vir ouvir a Radiotape.
B.: Espero ter o prazer de conhecer mais pessoas legais, como sempre acontece nesse tipo de evento. Estamos ansiosos pra tocar pela primeira vez em Montes Claros. A expectativa tá boa e as mãos preparadas pra "sangrar" no palco.
Quanto mais as pessoas se ligarem no que está acontecendo no meio independente, mais forma vai tomar a idéia e mais bacana serão as "festas". Então convoco a todos para aparecem com a certeza de que não vão se arrepender. Afinal quem faz o show não é só a banda, mas também o público. Unindo essas duas peças, faremos um espetáculo muito bacana! Um evento com tantas bandas legais e tanta gente disposta a fazer um grande evento não pode passar despercebido.
Agradecemos pela oportunidade de fazer um som com vocês e para vocês!
“Tamo” junto!!!
É isso aí, uma grande banda para um grande festival. Esperamos ansiosos a chegada e a apresentação da Radiotape por essas terras norte-mineiras.