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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Programa Cultura Viva: Impulsionando a Diversidade Cultural

Por Vitor Stálin


“Desesconder” um Brasil deturpado pela cultura midiática, revelar a nossa própria, presente em cada pequeno país que compõem essa imensa nação tupiniquim. Tarefa árdua, sem dúvida, mas essa é a missão do Programa Cultura Viva, que já conta com mais de 740 Pontos de Cultura em todo o país.

Tudo funciona da seguinte forma: são Pontos de Cultura espalhados em todo o Brasil, cada um com quatro ações diferentes, Cultura Digital, Agente Cultura Viva, Griô e Escola Viva, interligados pelos chamados Pontões de Cultura.

Mas o que vem a ser cada uma dessas coisas? Bom, cada qual tem sua função muito bem estabelecida. Começando com o item mais básico dessa cadeia, o Ponto de Cultura. Pontos de Cultura, como o nome mesmo sugere, são pontos locais de difusão cultural. O Ministério da Cultura repassa aos pontos R$ 185 mil reais em cinco parcelas semestrais. O Ponto, por assim ser, é, portanto, uma parceria entre o estado e a sociedade civil. “O Ponto de Cultura não é um espaço cultural feito pelo governo para as comunidades. Pelo contrário: são ações desenvolvidas pela comunidade que ganham o reconhecimento do Estado e passam a receber aporte de recursos para aplicar conforme o plano de trabalho composto por eles”, explica Célio Turino, secretário de Programas e Projetos Culturais e coordenador do Programa Cultura Viva. “O Maracatu Leão Coroado, de Igaraçú (PE), que é um Ponto, por exemplo, tem 150 anos e vai continuar a existir independentemente do Estado”, completa.

Agente Cultura Viva é uma ação mais direcionada ao público jovem. Ela é direcionada à capacitação e articulação dos Pontos de Cultura que desenvolvem projetos ou apóiam grupos de jovens que visam, de alguma forma, fomentar o protagonismo juvenil, fazendo assim com que o jovem se torne um multiplicador da nossa cultura.

Griô, termo abrasileirado da palavra francesa Griot, é a ação que visa a valorização do saber popular e o respeito à cultura oral do Brasil. Griôs, ou mestres do saber, são pessoas que por diversas razões, circunstâncias e habilidades, acumularam conhecimentos que pertencem às suas comunidades, e que podemos entender como “patrimônio cultural imaterial”. São por meio deles, juntamente com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares que lhes são associados, que a história e o patrimônio de um povo são passados de geração para geração.

A última das quatro ações é a Escola Viva, que tem o objetivo de integrar os Pontos às escolas e aproximar crianças e jovens à cultura brasileira em suas diversas linguagens e manifestações populares. Fazendo assim, os Pontos desenvolvem seus projetos também nas escolas, arraigando a cultura nos estudantes e criando neles o interesse pela cultura do seu povo.

Por fim, temos o Pontão de Cultura. Os Pontões são espaços que representam uma oportunidade de articulação entre os Pontos de Cultura. Eles visam difundir ações culturais no âmbito regional, abrangendo diversas linguagens artísticas, além de estabelecer a integração e o funcionamento da rede dos Pontos de Cultura. “Rede” é mesmo a palavra mais sensata para essa definição, é através dela que as ações são interligadas, é através dela que os Pontos e, por consequência, as manifestações culturais diferentes entre si se correlacionam dando sentido a universalização dessa cultura. Hoje são 43 Pontões espalhados no Brasil.

O Programa Cultura Viva, que é realizado pelo Ministério da Cultura por meio da Secretaria de Programa e Projetos Culturais, tenta, desta forma, mostrar ao Brasil a sua própria cultura, dos quatro cantos dessa nação, seja ela de brancos, negros, índios, manifestações urbanas ou não, apenas a cultura desse povo. Saiba mais no portal do MinC.