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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

15 anos de Goiânia Noise

Por Karla Ruas


O Goiânia Noise Festival é considerado um dos maiores festivais independentes do país. Em 2009, o evento chega à sua 15ª edição com novidades e diversas atrações. Quantos eventos em Goiás existem há 15 anos ininterruptos? O Goiânia Noise pode se orgulhar desta marca.

Este ano evento se estende por uma semana inteira e o Noise se espalha por toda Goiânia: galeria de arte, cinema, casas noturnas e teatros serão palco de atrações do festival - algumas a preços populares e outras com entrada franca.

A edição comemorativa vai promover mais de 60 shows espalhados pela cidade em cinco dias do melhor da música, da arte e do cooperativismo.O evento também deixa o Centro Cultural Oscar Niemeyer, onde foi realizado nos últimos três anos, e volta à casa Martim Cererê com a programação principal.

O Festival ainda trás ao Brasil este ano os norte-americanos do Supersuckers e do Dirty Projectors, os chilenos do Guizo, os argentinos do Los Lotus e os canadenses do GrimSkunk e Think About Life. Na seleção brasileira estão Mercenárias (SP), Volver (PE), Cassim e Barbária (SC), Vivendo do Ócio (BA), Devotos (PE), Mini Box Lunar (AP), entre outros.
O Festival começa na segunda-feira, 23 de novembro, e se encerra no domingo, dia 29. Patrocinado pela Petrobras, via Lei Rouanet, e pelo Novo Mundo, através da Lei Goyazes, o festival começa com uma exposição de artes plásticas na Galeria Marcos Caiado. Depois disso seguem shows, palestras e debates que integram a 2ª Conferência Brasil Central Music, invadindo a cidade em três palcos diferentes e simultâneos. O Teatro Madre Esperança Garrido, do Colégio Santo Agostinho, recebe ninguém menos que o bruxo Hermeto Pascoal! E ainda os goianos Vida Seca e Juraíldes da Cruz, com entrada gratuita!! Ao mesmo tempo, será realizado no Fiction Club um show com as bandas Vamoz (PE), The Soundscapes (USA) e Motherfish (GO) e discotecagem com MzK, Carlos Eduardo Miranda e o inglês Paul Jones, da lendária gravadora Rough Trade. Já no Capim Pub, a onda é o punk-hardcore com as bandas Os Cabeloduro (DF), Leptospirose (SP), Ressonância Mórfica (GO), HC 137 (GO) e Señores (GO).

O Bolshoi Pub recebe o baixista do Pato Fu, Ricardo Koctus, além de Detetives (SP) e Johnny Suxxx and the Fucking Boys (GO). No Metrópolis as atrações serão os paulistas do The Name, os candangos do Spatos Bicolores e os goianos do Bang Bang Babies. Enquanto no teatro do Goiânia Ouro os shows ficam por conta do sensacional encontro do rabequeiro pernambucano Siba com o violeiro Roberto Corrêa e ainda a banda goiana Cega Machado.

Além disso serão 11 mesas de palestras e debates e 4 Grupos de Trabalho integrados à Rede Música Brasil com mais de 50 convidados, entre políticos, produtores, artistas, patrocinadores e ainda 10 agentes estrangeiros que discutirão temas como as leis de incentivo à cultura, inovações e novas possibilidades de acesso ao mercado de fonogramas ,programas políticos e ações legislativas para a cultura, além da formação de um fórum global de jovens empreendedores em música.

Para completar a invasão, o domingo ganha ainda um palco extra no Centro Comunitário Goiânia Viva para uma programação totalmente voltada para o rap e o hip hop. Por lá passarão nomes como Linha Dura (MT), Face a Face (GO), Ivo Mamona (GO) e Eko (GO).

O festival ainda conta com o apoio da famosa marca de calçados Hands On que vai trabalhar diretamente com o conteúdo do Goiânia Noise, a ação publicitária se baseia nas músicas das bandas que estão na programação do Festival. Funciona assim: o público deve formar frases utilizando os nomes de três músicas de quaisquer bandas da programação do festival e os autores das mais interessantes ganharão tênis e farão a personalização (ou customização, como costumam falar) dos mesmos durante o festival, além de concorrer a outros brindes feitos à mão.

E é assim que a riqueza (material e simbólica) da atual produção cultural goiana virá à tona, explicitando de uma vez por todas que o Noise não é somente uma festa passageira, que acontece uma vez por ano. Muito mais que isso, ele é uma ação perene que impacta diversos setores da cultura e economia locais, estabelecendo o diálogo de igual para igual com outros grandes eventos mundiais.